Capítulo 18
 
 

            Val novamente correu com o carro. Adorava correr, sentir a adrenalina no sangue. Chegou na base e freiou a apenas alguns milímetros do portão. Ela conhecia o sentinela.

            Val acelerou e correu novamente. Do jeito que ela correu, chamou a atenção de todos que estavam no pátio. Ela uns cavalinhos de pau e estacionou. Muitos correram para perto para ver quem era que estava dirigindo. Quando Val colocou a perna para fora, todos já a cobiçaram.
            Ela desceu do jipe e tirou o óculos, olhando ao redor. Quando achou o que queria, puxou sua arma e a engatilhou. Ela nem olhava para os lados, tinha um ponto fixo. Era impressionante vê-la caminhando daquele jeito, decidida, vestida daquele jeito e com a arma em punho.
            Dois oficiais apontaram a arma para ela, ela nem se virou e atirou em suas armas, fazendo elas voarem longe. Ela chegou na frente dele e apontou a arma para sua cabeça.

            Quando ouviram o nome Iced Soul, os oficiais se entreolharam. Um deles se adiantou e falou com ela.

            o general a levou até o campo de tiro. Val sorriu. Era ali que ela e Celly vinham se desestressar muitas vezes. Val nem esperou que trouxessem os alvos mais para perto, chegou e nem se arrumou foi atirando. Depois de atirar tanto que seu dedo doía, ela parou. Os oficiais a olhavam boquiabertos, em parte por causa dos tiros exatos, em parte por causa de sua roupa que mostrava muito do maravilhoso corpo que ela tinha. Na hora de guardar a arma, ela se abaixou e a colocou na bota. Os oficiais babavam. Instantes depois Celly chegou.

            Os oficiais agora não sabiam para onde olhar. Celly se vestiu como Val, só que ao contrario a blusa era de couro preta e a minissaia branca rajada de preta. As duas pareciam duas deusas que desceram dos céus para enfeitiçar os mortais. Val sorriu e as duas começaram a atirar juntas. A química delas era perfeita, não erravam nenhum tiro. Daqui a pouco chegou Bel, no mesmo estilo que as duas, só que toda de preto. Os oficiais quase tiveram um orgasmo só de olhar para as três. Alguns esfregavam os olhos, não acreditando que tamanha beleza estivesse diante de seus olhos.
            Bel ainda errava por milímetros alguns tiros, mas a cada dia que passava se tornava uma exímia atiradora. Em breve se equivaleria a Val e a Celly.
            O cara em que Val havia atirado, apareceu reclamando.

            Val foi embora sem dizer mais nenhuma palavra.

            O cara a ficou olhando. Sabia que o que Celly havia dito era verdade, depois de um tempo, ele entrou para o alojamento.
            Celly ficou lá, recebendo algumas ordens do general. Era sempre Celly ou um dos outros que recebiam as ordens, Val não admitia receber ordens, somente sugestões, era aí que Celly entrava, ela sabia exatamente como ´sugerir´algo para a Val.
Val não voltou para casa naquela noite. Ela foi até um parque que havia lá e dormiu embaixo de uma árvore.
            Celly chegou em casa e perguntou se Val havia passado por ali. Kyle estava comendo e parou de comer quando percebeu que Celly estava preocupada com Val.

            Kyle ficou esperando por Val quase até o amanhecer, por fim, caiu no sono. No outro dia, cedo, quando todos acordaram, Val já estava na mesa tomando tranqüilamente seu café da manhã. Celly a viu e deu-lhe um beijo na bochecha. Val lhe contou que passara a noite no parque, Celly disse que suspeitava, porque sabia que quando ela ficava tão irritada, ia dar uma esfriada no meio da natureza.
            Val deu um sorriso e mostrou o que ela tinha trazido do parque. Um esquilo doente. Val ia cuidar dele, mas antes ia até o biólogo do parque para obter a permissão. Então Val se levantou, deu um beijo em Celly e foi até o parque, com o esquilo escondido dentro de seu suéter. Ela falou com o biólogo, que concordou em deixar o esquilo com ela, segundo ele, o animal não ia resistir por muito tempo.

            O animal se colocou em duas patas e esfregou as patas no rosto. Val sorriu. Celly sabia que com Val, o animal ia sobreviver. Val tinha um dom para com os animais. Eles sempre gostavam dela, desde os mais ferozes, até os mais mansos. Parecia que eles a entendiam e ela a eles.
            Celly saiu para fazer compras com os outros, enquanto Val corria em um pet shop  para comprar algo que Scotty pudesse comer.
            Val foi até uma casa de ervas e comprou algumas ervas exóticas. O vendedor a olhou, espantado com a quantidade de coisas que ela estava levando.
            Não somente Val, mas todos ajudaram na recuperação do animal. Em uma semana, ele estava completamente bom. E passeava pela casa, como um louco. Quando estava na hora da comida, se sentava na ponta da mesa e esperava que o pessoal se servisse, então ele ia roubar comida deles. Scotty sempre ficava grudado em Val, subia em seu ombro e dormia na mesma cama. Por vezes Kyle se assustava, quando virava para o lado e via o esquilinho. E se Kyle tentasse acordar Val durante a noite, Scotty rosnava para ele. Kyle ria de monte.
            Outra pessoa que o animal adorava era Celly. Quando não estava com Val. ele estava com Celly e as vezes com Bel. As garotas diziam que ele não gostava de homens e só se enroscava com as mulheres.
            Depois de uma semana, pareceu que todos os terroristas resolveram agir juntos. O DT quase não estava dando conta. Era um seqüestro internacional aqui, ameaças de soltarem ogivas nucleares ali... até Val ficou cansada com isso.
            Quando o bip tocou pela 35 vez em duas semanas, Val já estava muito  brava.

            Val desligou o telefone e foi falar com o pessoal, que estava jogando banco imobiliário. Val se jogou no sofá e Scotty veio pulando em seu ombro. Ela lhe fez um  carinho. Depois ele pulou no ombro de Celly e no de Bel. Ficava intercalando os ombros e as vezes roubava algumas cartas e todos tinham que correr atrás dele. Era uma diversão. Bel olhou para Val.

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