Capítulo
18
Val novamente correu com o carro. Adorava correr, sentir a adrenalina no
sangue. Chegou na base e freiou a apenas alguns milímetros do portão.
Ela conhecia o sentinela.
- Abre aí, T!
- Val?
- Eu mesma.
- Irreconhecível.. você fica bem
melhor sem o uniforme
- Vai ou não abrir essa porra?
- realmente, é você. � ele abriu
o portão � belas pernas.
- Belo traseiro!
Val acelerou e correu novamente. Do jeito que ela correu, chamou a atenção
de todos que estavam no pátio. Ela uns cavalinhos de pau e estacionou.
Muitos correram para perto para ver quem era que estava dirigindo. Quando
Val colocou a perna para fora, todos já a cobiçaram.
Ela desceu do jipe e tirou o óculos, olhando ao redor. Quando achou
o que queria, puxou sua arma e a engatilhou. Ela nem olhava para os lados,
tinha um ponto fixo. Era impressionante vê-la caminhando daquele
jeito, decidida, vestida daquele jeito e com a arma em punho.
Dois oficiais apontaram a arma para ela, ela nem se virou e atirou em suas
armas, fazendo elas voarem longe. Ela chegou na frente dele e apontou a
arma para sua cabeça.
- Se me mandar para lá de novo, juro que
você vai ter um enterro bem militar.. depois que eles catarem o seu
cérebro!!
- Não sabia que você ia ficar tão
brava
- Sabia sim � ela disse colocando o dedo no gatilho,
um oficial tentou atirar nela, ela atirou na mão dele e virou para
ele � Fica na tua, ô paspalho!! Na próxima é so saco!
- Desculpa... eu não tinha a intenção.
Só queria ver se você agüentava.
- Agüentei e agüento a próxima..
a pergunta é: Será que você agüenta? � disse ela
sorrindo e abaixando a arma.
- Não sei.. na próxima eu acho
que morro do coração. Você é pior do que
eu imaginava, teria coragem de matar seu amigo?
- Mataria qualquer um que atravessasse o meu
caminho, você sabe disso, G.
- Essa é a minha Iced Soul! � disse ele
a abraçando, depois que ela guardou a arma.
Quando ouviram o nome Iced Soul, os oficiais se entreolharam. Um deles
se adiantou e falou com ela.
- Então você é real � disse
ele a encarando
- baixa os olhos ou você não vai
ver novamente o Sol � ele parou de encará-la � por acaso, pareço
um fantasma? Qualé a tua?
- É que ouvimos tanto sobre você
e o DT que achávamos que todas aquelas proezas eram mentiras, que
não poderia haver uma equipe tão boa quanto o DT e nem pessoa
tão cruel quanto IS!
- Ai que meigo... agora eu sou IS. Te aproxega
garoto! Fica na tua, não te dei intimidade! � ela olhou pra o General
� G, esses novos oficiais são uns idiotas. Se eu pudesse, eu fazia
uma prova aqui.. quem passasse, poderia falar comigo sem o perigo de eu
querer usar sua cabeça como alvo.. por falar em alvo... ainda tem
os nossos alvos por aqui?
- Ah! Sabe o que aconteceram com eles? Alguns
oficiais mandaram enquadrar.. estão nos corredores.. vocês
são uma lenda por aqui..
- Maravilha.. assim todos vão ver como
sou ruim na mira.
- Quê ruim o quê, IS! Você
e Celly nunca erraram um tiro. Sempre acertaram na mira!
- Ahan.. errei 3 tiros por 2 milímetros!
- Como se fizesse diferença.
- Para mim, faz.. nossas missões pedem
mira exata. Mas eu estou com TPM hoje. Eu quero é descarregar a
minha arma em algo. Se alguém quiser servir de mira... se não
quiser eu quero uns alvos...
o general a levou até o campo de tiro. Val sorriu. Era ali que ela
e Celly vinham se desestressar muitas vezes. Val nem esperou que trouxessem
os alvos mais para perto, chegou e nem se arrumou foi atirando. Depois
de atirar tanto que seu dedo doía, ela parou. Os oficiais a olhavam
boquiabertos, em parte por causa dos tiros exatos, em parte por causa de
sua roupa que mostrava muito do maravilhoso corpo que ela tinha. Na hora
de guardar a arma, ela se abaixou e a colocou na bota. Os oficiais babavam.
Instantes depois Celly chegou.
- Prima! � Celly disse � imaginei que você
estaria aqui!
Os oficiais agora não sabiam para onde olhar. Celly se vestiu como
Val, só que ao contrario a blusa era de couro preta e a minissaia
branca rajada de preta. As duas pareciam duas deusas que desceram dos céus
para enfeitiçar os mortais. Val sorriu e as duas começaram
a atirar juntas. A química delas era perfeita, não erravam
nenhum tiro. Daqui a pouco chegou Bel, no mesmo estilo que as duas, só
que toda de preto. Os oficiais quase tiveram um orgasmo só de olhar
para as três. Alguns esfregavam os olhos, não acreditando
que tamanha beleza estivesse diante de seus olhos.
Bel ainda errava por milímetros alguns tiros, mas a cada dia que
passava se tornava uma exímia atiradora. Em breve se equivaleria
a Val e a Celly.
O cara em que Val havia atirado, apareceu reclamando.
- Você atirou em mim! Sua..
- Fala que você não sai vivo daqui..
pode até sair mas vai virar mulher! � disse Val, já puxando
a arma e apontando para as calças dele, Celly segurou sua mão.
- Calma,esfria a cabeça Val, O que você
tem hoje?
- E você, cai fora � disse Bel � enquanto
tem tempo.. as vezes nem a Celly consegue acalmar a Val e ela adora brincar
de machucar alguém � Bel riu quando viu que o cara saiu correndo.
- Nada não, Celly. Vou embora.
Val foi embora sem dizer mais nenhuma palavra.
- Vão deixar ela ir embora depois de quase
atirar no general? � perguntou o baleado.
- Ela não ia atirar nele � disse Celly,
de costas para ele � se quisesse, ela já o teria feito e ninguém
ia saber que foi ela.
O cara a ficou olhando. Sabia que o que Celly havia dito era verdade, depois
de um tempo, ele entrou para o alojamento.
Celly ficou lá, recebendo algumas ordens do general. Era sempre
Celly ou um dos outros que recebiam as ordens, Val não admitia receber
ordens, somente sugestões, era aí que Celly entrava, ela
sabia exatamente como ´sugerir´algo para a Val.
Val não voltou para casa naquela noite.
Ela foi até um parque que havia lá e dormiu embaixo de uma
árvore.
Celly chegou em casa e perguntou se Val havia passado por ali. Kyle estava
comendo e parou de comer quando percebeu que Celly estava preocupada com
Val.
- Algo de errado com a Lee?
- Não sei... ela está muito estranha.
Vocês viram como ela ficou depois do show? Ela não fica nervosa
e descontrolada daquele jeito. Nem se alguém tentasse ou atirasse
nela. Tem algo estranho.
- Se quiser, eu vou atrás dela � disse
Brendan.
- Não. Se ela não voltou, é
porque ela quer ficar sozinha. Vamos deixa-la.
- O que aconteceu antes? Aonde vocês foram?
- Fomos na base. A Val foi primeiro e eu me preocupei
e eu e a Bel fomos atrás dela. Ela estava descarregando a arma nos
alvos, como quando nós fazíamos quando ficávamos irritadas
com algo. Depois fiquei sabendo que ela atirou em um oficial e desarmou
outros tantos, depois de dar um susto no general, colocando uma arma na
cabeça dele.
- Nossa, ela deve estar com uma TPM fudida...
� comentou Brendan.
Kyle ficou esperando por Val quase até o amanhecer, por fim, caiu
no sono. No outro dia, cedo, quando todos acordaram, Val já estava
na mesa tomando tranqüilamente seu café da manhã. Celly
a viu e deu-lhe um beijo na bochecha. Val lhe contou que passara a noite
no parque, Celly disse que suspeitava, porque sabia que quando ela ficava
tão irritada, ia dar uma esfriada no meio da natureza.
Val deu um sorriso e mostrou o que ela tinha trazido do parque. Um esquilo
doente. Val ia cuidar dele, mas antes ia até o biólogo do
parque para obter a permissão. Então Val se levantou, deu
um beijo em Celly e foi até o parque, com o esquilo escondido dentro
de seu suéter. Ela falou com o biólogo, que concordou em
deixar o esquilo com ela, segundo ele, o animal não ia resistir
por muito tempo.
Val chegou exultante em casa. Kyle correu ao seu encontro. Val deu um beijo
nele e foi mostrar para todos o seu novo mascote. Só faltava escolher
um nome.
- Coloca Thomas, ou Frick � disse Bel, sorrindo
- Se for assim, coloca Bone � sorriu Celly
- Lake é legal
- Sky também...
- Chega pessoal.. vou colocar o nome de Scotty.
- Como aquele garoto que era nosso vizinho?
- Ahan. Ele era muito querido. Pena que morreu
cedo. Também... quem mandou dar um whitefly num avião daqueles?
Forçou o motor... mas não tem problema.. a vida continua...
e o bichinho tem a cara dele... olá Scotty!!
O animal se colocou em duas patas e esfregou as patas no rosto. Val sorriu.
Celly sabia que com Val, o animal ia sobreviver. Val tinha um dom para
com os animais. Eles sempre gostavam dela, desde os mais ferozes, até
os mais mansos. Parecia que eles a entendiam e ela a eles.
Celly saiu para fazer compras com os outros, enquanto Val corria em um
pet shop para comprar algo que Scotty pudesse comer.
Val foi até uma casa de ervas e comprou algumas ervas exóticas.
O vendedor a olhou, espantado com a quantidade de coisas que ela estava
levando.
Não somente Val, mas todos ajudaram na recuperação
do animal. Em uma semana, ele estava completamente bom. E passeava pela
casa, como um louco. Quando estava na hora da comida, se sentava na ponta
da mesa e esperava que o pessoal se servisse, então ele ia roubar
comida deles. Scotty sempre ficava grudado em Val, subia em seu ombro e
dormia na mesma cama. Por vezes Kyle se assustava, quando virava para o
lado e via o esquilinho. E se Kyle tentasse acordar Val durante a noite,
Scotty rosnava para ele. Kyle ria de monte.
Outra pessoa que o animal adorava era Celly. Quando não estava com
Val. ele estava com Celly e as vezes com Bel. As garotas diziam que ele
não gostava de homens e só se enroscava com as mulheres.
Depois de uma semana, pareceu que todos os terroristas resolveram agir
juntos. O DT quase não estava dando conta. Era um seqüestro
internacional aqui, ameaças de soltarem ogivas nucleares ali...
até Val ficou cansada com isso.
Quando o bip tocou pela 35 vez em duas semanas, Val já estava muito
brava.
- Alô, porra! Que é!!!
- Val, mais uma missão.
- Que merda! Tô cansada se eu dormi 3 horas
por noite nessas últimas 3 semanas foi muito! não agüentamos
mais!!! Qualé a dessa vez, hein? Vão seqüestrar quem?
- Não, é pra fazer a segurança
do presidente, ele recebeu ameaças e está com medo. Quase
o mataram semana passada e ele só vai se sentir seguro se vocês
fizerem sua segurança.
- Via ser ruim... você sabe que eu não
gosto muito de fazer segurança... eu gosto é de matar.
- Mas você não vai fazer a segurança
dele. Você vai é trabalhar num caso em que você vai
gostar.
- O que eu vou ter que fazer?
- Matar. Mas somente as pessoas certas... você
será nossa assassina especial.
- Porque não a Celly e a Bel? Elas são
tão boas quanto eu... tem também o Kyle e o BJ.
- porque eles as vezes relutam. E só você
sabe ser cruel e sanguinária do jeito que estamos precisando. Você
poderá matar do jeito que quiser... mas para isso, você
vai ter que vir aqui no escritório do FBI.
- E quanto aos outros?
- Eles também vêm. Precisamos dar
as ordens de segurança. Mas vamos precisar de um outro agente.
- Não será preciso, garanto que
eles dão conta. Não vão notar a minha falta.
Val desligou o telefone e foi falar com o pessoal, que estava jogando banco
imobiliário. Val se jogou no sofá e Scotty veio pulando em
seu ombro. Ela lhe fez um carinho. Depois ele pulou no ombro de Celly
e no de Bel. Ficava intercalando os ombros e as vezes roubava algumas cartas
e todos tinham que correr atrás dele. Era uma diversão. Bel
olhou para Val.
- O seu bip tocou. O que era?
- Missão.
- De novo? Será que eles não percebem
que somos de carne e osso? O que foi dessa vez?- perguntou Celly
- Segurança.. � Val disse desanimada
- Mas nós não fazemos...
� ia falando Kyle enquanto Val o calava com um gesto
- é a do presidente. Vocês
vão fazer a segurança dele. Vocês sabem o que
aconteceu na última vez que nos metemos com ele. Vocês
vão ter alguma diversão.
- você falou, vocês.. o que você
quis dizer com isso? Que você não vai? � perguntou Bel
- não, eu não vou. Tenho uma outra
missão � ela disse enquanto pegava sua bolsa. Val estava de calça
e casaco de moleton azul. Na frente estava bordado 'FBI � The Diamond Team
'. ela colocou o boné do FBI também, óculos escuros
e foi saindo � Vou matar alguém. Antes tenho que passar no escritório.
Vocês também tem que ir lá.. não se preocupem..
vocês podem demorar um pouco.
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